quarta-feira, 15 de maio de 2013

Um resgate da história do advogado e principal líder das Ligas Camponesas



Francisco Julião e Fidel
Francisco Julião Arruda de Paula nasceu em 16 de fevereiro de 1915, no Município de Bom Jardim, em Pernambuco, e passou a sua infância na fazenda Boa Esperança ou Espera.
Estudou em colégio interno no Recife e ingressou na Faculdade de Direito do Recife aos 18 anos, embora considerasse a medicina como a sua vocação. Na mesma época, comprou, junto com um colega, o Colégio Monsenhor Fabrício, em Olinda, tendo atuado como diretor e professor primário.
As idéias progressistas e revolucionárias que encontrou na Faculdade o influenciaram, fazendo-o começar a pensar em defender os camponeses. Já que não pude fazer cirurgia em um hospital, vou tentar fazer uma cirurgia nesta sociedade que está enferma, e ver se é possível rasgar esse tumor, que é o camponês pobre, sem terra, abandonado, sem justiça, sem nada, pensava Julião. Ele considerava que sem a participação dos camponeses, não se poderia imaginar uma transformação da sociedade brasileira.
Antes de deixar a universidade, em 1939, convidou alguns colegas para montar um escritório de advocacia e trabalhar em defesa dos camponeses. Nenhum aceitou a proposta, e, em 1940, Francisco Julião foi sozinho para o campo, com a ideia de que era preciso criar entre os camponeses a consciência de seus direitos.
Na zona canavieira nordestina, constatou que muitos senhores de engenho alugavam terras. Uma parte delas era destinada aos que deviam trabalhá-la todos os dias. Esse tipo de trabalhador era chamado de eiteiro e recebia um pagamento em dinheiro. Outros alugavam a terra, pagando uma importância em dinheiro por ano, ficando ainda na obrigação de trabalhar certos dias para o senhor da terra, sendo denominados de foreiros. No Nordeste, a palavra “cambão” expressa o dia de trabalho que o foreiro dá ao patrão sem receber nada em troca.
Num trabalho persistente, Francisco Julião procurava convencer os camponeses de que eles não deveriam mais trabalhar sem pagamento, por ser ilegal, comprometendo-se a defendê-los na Justiça, se fosse necessário. Para ele, era evidente a necessidade de organizar e unificar os camponeses. Foi eleito Deputado Estadual, em 1954, pelo Partido Socialista Brasileiro. Em janeiro de 1955, foi procurado por camponeses do Engenho Galiléia, em Vitória de Santo Antão, fundadores da Sociedade Agrícola e Pecuária dos Plantadores de Pernambuco, que precisavam de um advogado. Julião assumiu, então, o compromisso de defendê-los. Em breve, a Sociedade se tornaria a primeira Liga Camponesa.
A expressão Ligas Camponesas surgiu nos jornais e representava a reação dos usineiros e latifundiários, que queriam colocar essas associações na ilegalidade. Foi um movimento importante, que sensibilizou as massas em toda parte do Nordeste. Julião preocupava-se em incorporar os camponeses ao processo de desenvolvimento da democracia brasileira. Os primeiros sindicatos foram organizados pelas Ligas, e Francisco Julião preparou diversos processos, possibilitando a fundação de inúmeros sindicatos em toda a zona canavieira.
Em 1962, elegeu-se Deputado Federal. Após o golpe de 31 de março de 1964, permaneceu três meses na clandestinidade, antes de ser preso perto de Brasília. Permaneceu em diversas prisões durante 18 meses. Exilado, deixou o Brasil em 30 de dezembro de 1965.
Durante 15 anos, foi exilado político no México, após ver recusado pedidos de asilo na antiga Iugoslávia (devido a um conflito entre o país e Cuba, uma vez que eram conhecidas as relações cordiais que Julião mantinha com o dirigente cubano) e no Chile. Julião ainda procurou a embaixada da Argélia, mas problemas internos de ordem política iriam retardar uma decisão. Finalmente, com a ajuda do amigo e escritor Antônio Calado, conseguiu fazer contato com a embaixada mexicana e ser aceito pelo país.
No México, sentiu a forte presença camponesa e chegou a realizar pesquisa, no Estado de Morelos, com os velhos soldados de Zapata, sobreviventes da Revolução Mexicana de 1910.
A anistia política, decretada em 1979, possibilitou a sua volta ao Brasil. Na década de 1980, participou das lutas pela redemocratização do país. Por meio das Ligas Camponesas, inspirou o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e outros movimentos políticos e sociais empenhados na melhoria de vida do povo brasileiro.
Francisco Julião escreveu vários livros: Cachaça (contos, 1951), Irmão Juazeiro (romance, 1961), Que são as Ligas Camponesas (1962), Até quarta, Isabela (1964), Cambão (1975), Guia do camponês, ABC do camponês, Cartilha do camponês, Carta de alforria do camponês, Bença, mãe. Diversos foram traduzidos para outros idiomas.
Julião foi pioneiro em combater o tipo de estrutura latifundiária existente no Brasil e procurou criar uma consciência nacional sobre o problema agrário. De suas metas destacam-se: as lutas pela reforma agrária e pela libertação do camponês.
A partir de 1990, passou a morar no Rio de Janeiro e, posteriormente, voltou ao México. Era casado e teve seis filhos. Faleceu, vítima de um enfarte agudo, no dia 10 de julho de 1999, aos 84 anos, no povoado mexicano de Tepoztlán, perto de Cuernavaca. Sua morte repercutiu intensamente no Brasil e no exterior. 

Fonte: Memorial das Ligas Camponesas Acesso em: http://www.ligascamponesas.org.br/?p=9

terça-feira, 14 de maio de 2013

As Ligas Camponesas


 Tirado do DVD - Direito à Memória Verdade e Justiça – do Ministério da Justiça, relativos aos Estudos e Implantação da Comissão da Verdade no Brasil, sob o Título –  Ligas Camponesas


No Brasil, a primeira experiência de organização dos camponeses em um tipo de associação civil – as Ligas Camponesas – foi realizada pelo Partido Comunista do Brasil (na época PCB), entre 1945 e 1947, com o objetivo de mobilizar os trabalhadores do campo, levantar suas reivindicações específicas e congregá-los politicamente em uma aliança com os setores operários nas cidades. Essa experiência foi interrompida a partir de 1947, em consequência da proscrição da vida legal do PCB, da cassação de seus parlamentares e da repressão crescente durante o governo Dutra.

Em 1955, a criação da Sociedade Agrícola de Plantadores e Pecuaristas de Pernambuco (SAPPP), possibilitou um novo começo na trajetória das Ligas Camponesas. Fundada no engenho Galiléia e formada por camponeses e militantes comunistas, a SAPPP tinha como objetivo inicial impedir a expulsão dos foreiros e arrendatários das terras do engenho. Registrada como associação civil e amparada por um comitê político interpartidário, a SAPPP rapidamente ampliou seu raio de ação e seu escopo político e ideológico para transformar-se nas Ligas Camponesas – agora convertidas em um amplo movimento social que introduziu a questão agrária no centro da agenda política nacional nos anos de 1950 e 1960, e atuou de forma independente tanto do Estado nacional-desenvolvimentista, quanto das forças políticas da época, como por exemplo, a Igreja Católica, o próprio PCB ou o movimento sindical.

Até o início da década de 1960, as Ligas Camponesas orientaram sua ação na luta pela expansão dos direitos civis e sociais. O centro estratégico era formado pela luta jurídica: ao representarem o camponês no tribunal os advogados das Ligas transformavam conflitos sociais – por exemplo, a expropriação de terras – em conflitos jurídicos e o camponês, seu autor, em um sujeito portador de direitos. Com a desapropriação do Engenho Galiléia, em 1959, as Ligas se expandiram vigorosamente pelos principais estados do Nordeste e para outras regiões do país. Nesse processo de expansão, sua direção disputou a liderança do movimento social rural tanto com os comunistas do PCB, quanto com a Igreja Católica que atuava no campo, sobretudo através da Ação Popular (AP).

A partir de 1962, as Ligas assumiram um projeto radical de reforma agrária – “na lei ou na marra” –, promoveram invasões e ocupações de terra e buscaram um novo formato político e organizacional cada vez mais próximo do modelo revolucionário cubano. O advogado Francisco Julião tornou-se a liderança mais conhecida das Ligas, tendo sido preso nos primeiros dias do novo regime.

Para saber mais:

AZEVEDO, Fernando Antônio. As ligas camponesas. Rio de Janeiro: Paz
e Terra, 1982.
PAGE, Joseph. A revolução que nunca houve: o nordeste do Brasil (1955-1964). Rio de Janeiro: Record, 1972.

Referências bibliográficas:

AZEVEDO, Fernando Antônio. As ligas camponesas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.

BORGES, Maria Eliza Linhares. Reforma agrária e identidade camponesa. In: REIS FILHO, Daniel Aarão; RIDENTI, Marcelo; MOTTA, Rodrigo (Org.) O golpe e a ditadura militar 40 anos depois (1964-2004). Bauru: EDUSC, 2004.

HOUTZAGER, Peter P. Os últimos cidadãos: conflito e modernização no Brasil rural (1964-1965). São Paulo: Globo, 2004.

MARTINS, José de Souza. Os camponeses e a política no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1983.

MEDEIROS, Leonildes. História dos movimentos sociais no campo. Rio de Janeiro: Fase, 1989.

MORAES, Dênis. A esquerda e o golpe de 64. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo, 1989.

MORAIS, Clodomir Santos de. História das Ligas Camponesas no Brasil.
Brasília: Iattermund, 1997.

PAGE, Joseph. A revolução que nunca houve: o nordeste do Brasil (1955-1964). Rio de Janeiro: Record, 1972.

PRIORI, Angelo. O PCB e a questão agrária: os manifestos e o debate político acerca de seus temas. In: MAZZEO, Antonio Carlos; LAGOA, Maria Izabel (Org.). Corações vermelhos: os comunistas brasileiros no século XX. São Paulo: Cortez, 2003.

ROLLEMBERG, Denise. O apoio de Cuba à luta armada no Brasil: o treinamento guerrilheiro. Rio de Janeiro: Mauad, 2001.

SALES, Jean Rodrigues. A luta armada contra a ditadura militar: a esquerda brasileira e a influência da revolução cubana. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2007.

SANTOS, José Vicente (Org.). Revoluções camponesas na América Latina. Campinas: Ícone, 1985.

SILVA, Maria Aparecida de Morais. Errantes do fim do século. São Paulo:
Editora UNESP, 1998.


sábado, 11 de maio de 2013

"Seguimos sendo Cinco!", René González. (+vídeo da entrevista)

De Robson Luiz Ceron no Blog Solidários em 11/03/13


Estar em Cuba não significa em absoluto que eu estou livre, porque eu não estar enquanto os meus quatro companheiros Gerardo Hernández, Ramón Labañino, Antonio Guerrero e Fernando Gonzalez permanecerem confinados" René González.

René González, em sua primeira entrevista coletiva em Cuba, depois que recebeu a permissão de ficar em definitivo no país e receber o certificado de renúncia a sua cidadania estadunidense, afirmou hoje em Havana que o movimento de solidariedade com os Cinco deve ser ampliado e reforçado, sobretudo nos Estados Unidos.

González disse em resposta à Prensa Latina que o movimento solidário cresceu mundialmente. No entanto, explicou que o estadunidense médio desconhece que cinco homens foram processados e condenados com penas terríveis, por supostamente representar um perigo para seu país, mesmo depois que nada foi provado.

É necessário que o povo estadunidense saiba desses cinco homens "e por que fomos julgados", reiterou.

René González reafirmou que foram, são e seguirão sendo Os Cinco e que a única coisa que fizeram foi tentar salvar vidas, algo que considerou 'o bem mais precioso'.

Quanto ao reencontro com sua família, afirmou que "encontrei a Olguita (Olga Salanueva, sua esposa) maior, quero dizer, engrandecida por todo este processo vivido. Eu a amo mais que antes" e apontou que apesar do tempo de separação forçada, "a conexão se estabeleceu imediatamente e parece que nunca tivesse partido".

"É o que sinto agora e, claro, o tempo passa, as crianças crescem... foram perdidos momentos preciosos. Isso deixa uma marca, mas o amor vence tudo. Algumas coisas não se viveram e outras se recuperam, e isto é o que estamos fazendo", explicou.

René González, nascido em 13 de agosto de 1956 na cidade estadunidense de Chicago, junto com seus colegas vigiou, até sua prisão em 12 de setembro de 1998, os planos de grupos e indivíduos violentos de origem cubana residentes em Miami dedicados a organizar e realizar ações criminosas contra Cuba.

González foi condenado a 15 anos de prisão e, depois de cumprir 13, saiu da prisão de Marianna, Flórida, em 7 de outubro de 2011, mas teve que continuar em território estadunidense por outros três anos sob a condição de liberdade supervisionada.

Isso foi modificado, podendo ficar em sua pátria em troca de renunciar à cidadania estadunidense, o que fez.



Fonte: Solidários: "Seguimos sendo Cinco!", René González. (+vídeo da entrevista) em: http://convencao2009.blogspot.com.br/2013/05/seguimos-sendo-cinco-rene-gonzalez.html

segunda-feira, 6 de maio de 2013

A VERDADE SOBRE O QUE ACONTECE NA SÍRIA


Texto de: Áli Haddad – advogado militante em Curitiba-PR - Membro do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/PR.

Os olhos do mundo estão, sem dúvida, voltados aos acontecimentos que vêm ocorrendo na República Árabe da Síria, país secular, berço da civilização, e que, repentinamente se vê mergulhado em uma situação dramática a que estamos assistindo como sendo um movimento que visa a derrubada de uma cruel ditadura em favor da democracia e que a mídia internacional tenta nos impingir como sendo uma revolta do próprio povo sírio.

Ao vermos, diariamente, tais notícias elaboradas por interesses outros, é preciso que se busque tentar estabelecer a verdade dos fatos, o que, por certo, não é privilégio nosso, mas de qualquer um que faça uma análise mais detida sobre o que, efetivamente, vem ocorrendo na Síria.

A Síria é um país peculiar, localizado num dos locais mais privilegiados, estratégicos e, claro, quentes do Oriente Médio e tem uma vasta e, hoje, extremamente perigosa fronteira: com Israel, poderoso aliado e protegido dos EUA; e com o Iraque, que neste momento é “propriedade” dos americanos depois de sua total destruição. Ao norte, tem a Turquia que pelos relatos históricos nunca manteve boas relações com a Síria que foi território turco pela ocupação otomana.

A Síria tem, hoje, muitos problemas e um deles é que tem acesso ao Mar Mediterrâneo e tal situação estratégica, é ponto fundamental para os poderes oligárquicos com interesses na região. E tal acesso ao mar lhe dá um certo poder. Neste acesso existe até hoje uma base militar, antes da URSS, hoje da Rússia, no porto de Tartus. E, é claro, de grande interesse russo, pois que é sua intenção assim mantê-la, com Bashar El Assad, que lhes garante a permanência.

A Síria sempre foi um grande polo turístico. Visitantes de todo mundo vinham à Síria pelos seus sítios arqueológicos e importantes lugares históricos. Muitas culturas ali passaram, dentre eles romanos, persas e lá deixaram suas marcas em épocas em que a Síria era uma importante ligação entre o Oriente e o Ocidente.

Hoje se diz no Ocidente que o grande problema da Síria está na presença de Bashar El Assad, o atual presidente, eleito pelo povo. No entanto, a população Síria sempre esteve bem sob este governo, apresentando visíveis melhoras sociais e econômicas, vivendo satisfatoriamente.

Mas o que “prejudica” a Bashar é que ele não se alinhou a outros interesses, tais como dos EUA ou da OTAN, nem lhe agrada o FMI e tal é um problema para Bashar e a Síria.

O que ocorre há mais ou menos dois anos na Síria é que surgiu, de repente, um pequeno grupo insurgente que começou a praticar ações militares – do tipo terrorista – e a mídia internacional passou a vender tais atos como sendo de libertação e as ações do exército regular sírio, ao reprimir tais ações insurgentes, como ações terroristas, o que nunca ocorreu. E tais grupos, de imediato transformaram-se em centenas e depois num verdadeiro exercito com nada menos que 70.000 homens bem armados e equipados a enfrentar o exercito regular sírio.

E de onde vieram esses grupos? Por óbvio não são sírios. São, na verdade mercenários recrutados das mais diversas partes do mundo como Ásia, África, e de outros lugares, armados, treinados e equipados por “estranhas forças” e financiados e supridos com armamentos pesados e de última geração.

E como iniciou tudo isso? Em princípios de 2011 começaram a perpetrar uma serie de manifestações e provocações em Damasco, que culminaram dramaticamente. Em seguida, a cidade de Homs transformou-se em um importante baluarte para esses grupos e o exercito sírio fez uma contra ofensiva, porém não conseguiu eliminar totalmente o que passou a ser chamado de “exército de libertação sírio” ou “exército livre da Síria”. Pouco a pouco se percebeu que esta força não regular passou a estabelecer certo controle na região noroeste da Síria - nas principais cidades, como Hama e Halab (Allepo), e não só isso, mas ao que parece estão a receber importante apoio, não só bélico, mas logístico e financeiro a partir do Iraque sob o controle americano.

Além disto, também a partir da Turquia, todo tipo de suprimento tem entrado na zona controlada pelo dito exército livre da Síria, a partir do norte. Também há que se considerar as colinas de Golan, tomadas aos sírios por Israel na chamada guerra de Yom Kippur, portanto zona controlada por forças hostis à Síria e por onde, também, chegam suprimentos e armamentos para o dito exercito livre da Síria, que nada mais são que mercenários contratados a peso de ouro por todo o mundo, para tentar desestabilizar e derrubar o Governo Sírio de Bashar El Assad, da mesma forma que ocorreu com Kadhaffi na Líbia.

A situação, hoje, em Damasco e na Síria, como um todo, é lamentável. Os ataques já se aproximam do Palácio Presidencial, e boa parte do staff Sírio já foi desmantelado. O que, então esperar para Bashar El Assad? Pode-se dizer que o que ocorreu na Líbia se repetiria na Síria, pois o quadro é exatamente igual. Também é bom lembrar que, a exemplo do Iraque, já se acusa a Síria de possuir e ameaçar usar armas químicas de destruição em massa, o que justificou a destruição daquele país, hoje mergulhado em uma situação de total destruição onde não se vê nem uma faísca da tão prometida democracia que lá se prometeu instalar. O problema da Síria apresenta-se como um dejavu.

Estes mercenários financiados e apoiados em zonas garantidas por militares estrangeiros, sob os auspícios da OTAN, já falam em construir fortificações e postos avançados, com ajuda financeira e bélica de monta incalculável. Tais mercenários, que atuam sem qualquer escrúpulo, apoiados por forças estrangeiras com interesses diretos na região pensam que estão aptos à destruição total da Síria, como desejam e, em consequência, depois de tudo destruído, com a interferência de forças multinacionais, aliados dos EUA, poderão instalar seus Bancos e estratégicas bases militares americanas, ou da OTAN ou multinacionais aliadas e em consequência viria, para o povo sírio, a pobreza, a falta de recursos e de tudo o mais que hoje existe na Síria como o pungente progresso que vinha tendo e o bem estar do seu povo. Com isto, pensam tais invasores, que se estabelecerá a tão falada “Nova Ordem Mundial” que, se estabelecida, será, mais uma vez, construída sobre a invasão e a destruição de um povo e de uma Nação que não se curvou diante dos interesses das forças do imperialismo mundial.

Que “Deus” proteja a Síria e a Humanidade!

Por Áli Haddad – advogado militante em Curitiba-PR.
Membro do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/PR
Presidente da Comissão Eleitoral da OAB/PR nas Eleições de 2006 – 2009 e 2012

Tribunal internacional pode anular o julgamento do Mensalão

Tirado do Original editado em 5 de maio de 2013 14:51 - Atualizado em 5 de maio de 2013 15:00


O STFl deveria ter desmembrado o processo do Mensalão ao menos para os réus que não detinham, à época do julgamento, foro por prerrogativa de função.



O histórico julgamento do Mensalão pode, sim, ser anulado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (tribunal da Organização dos Estados Americanos – OEA). A questão, muito simplesmente, é a seguinte: o Supremo Tribunal Federal deveria ter desmembrado o processo do Mensalão ao menos para os réus que não detinham, à época do julgamento, foro por prerrogativa de função; e assim não procedeu. Com isto, violou uma regra de direito internacional – a do “duplo grau de jurisdição” – prevista na Convenção Americana sobre Direitos Humanos de 1969, conhecida como Pacto de San José da Costa Rica, tratado internacional de direitos humanos que o Brasil ratificou (obrigou-se) em 1992.




Esse processo internacional, que poderá levar à anulação do julgamento do Mensalão, inicia-se com uma “queixa” (de qualquer cidadão) perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (que tem sede em Washington, nos EUA); depois de certo trâmite interno (inclusive com a oitiva do Estado etc.), pode esta Comissão entender que o país violou a regra internacional do “duplo grau” e ingressar, em desfavor do país, com uma ação na Corte Interamericana de Direitos Humanos (sediada em San José, Costa Rica) para que seja o julgamento do Mensalão anulado.
Há, inclusive, um precedente já julgado pela Corte Interamericana sobre o assunto, e que se encaixa como uma luva ao caso do Mensalão. Trata-se do caso Caso Barreto Leiva Vs. Venezuela, julgado pela Corte Interamericana em 17 de novembro de 2009, ocasião em que o tribunal da OEA entendeu que a Venezuela violou o direito ao duplo grau de jurisdição ao não oportunizar ao Sr. Barreto Leiva o direito de apelar para um tribunal superior, eis que a condenação que este último sofreou proveio de um tribunal que conheceu do caso em instância única (no caso do Mensalão, este tribunal é STF). Em outras palavras, o tribunal entendeu que o réu não dispôs, em consequência da conexão, da possibilidade de impugnar a sentença condenatória, o que viola frontalmente a garantia do duplo grau prevista (sem qualquer ressalva) na Convenção Americana sobre Direitos Humanos (art. 8, 2,h).
Como se percebe, o precedente do Caso Barreto Leiva coincide perfeitamente com a situação dos réus condenados no processo do “Mensalão”, uma vez que todos (tendo ou não foro por prerrogativa de função) foram impedidos de recorrer da sentença condenatória paraoutro tribunal interno, em desrespeito à regra internacional do duplo grau que o Brasil aceitou e se comprometeu a cumprir.
Na Convenção Europeia de Direitos Humanos há ressalva expressa a permitir o julgamento de quaisquer pessoas pelo mais alto tribunal do país, sem que tal configure violação ao duplo grau de jurisdição (art. 2º, 2). Porém, no que tange ao nosso país, é certo que nos encontramos sujeitos à jurisdição da Corte Interamericana de Direitos Humanos, desde que o Brasil aceitou a competência contenciosa do tribunal (por meio do Decreto Legislativo nº 89/1998); e não há qualquer ressalva – diferentemente do que faz a Convenção Europeia – no que tange ao direito ao duplo grau de jurisdição na sistemática da Convenção Americana.
Enfim, considerando a similitude absoluta entre o Caso Barreto Leiva, julgado pela Corte Interamericana, e o que foi decidido no processo do Mensalão, não há dúvidas de que este último poderá ser objeto de impugnação perante o tribunal da OEA. Se isso ocorrer, servirá de alerta para o STF, em todas as ações que vier a julgar, para que observe, além da Constituição, também os tratados internacionais (especialmente os de direitos humanos) ratificados e em vigor no Brasil.
VALERIO DE OLIVEIRA MAZZUOLI, 35, é doutor summa cum laudeem direito internacional pela UFRGS e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)



Fonte: Tribunal internacional pode anular o julgamento do Mensalão | Valério Mazzuoli
Em: http://atualidadesdodireito.com.br/valeriomazzuoli/2013/05/05/tribunal-internacional-pode-anular-o-julgamento-do-mensalao/ 

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Com átomos, cientistas criam menor filme do mundo


Filme IBM | Foto: Cortesia IBM Research
Cada esfera que compõe as imagens da animação criada por cientistas da IBM é um átomo de carbono
Pesquisadores da IBM criaram o menor filme do mundo – uma animação simples mostrando um menino - ao manipularem átomos de carbono em uma superfície de cobre.

A animação de 90 segundos, intitulada Um Menino e seu Átomo, foi feita usando uma técnica chamada stop motion, em que o objeto (no caso, os átomos) é manipulado e filmado quadro a quadro.
O filme mostra o menino brincando com uma “bola” (feita de um único átomo), dançando e pulando. Cada esfera que forma a imagem do menino também é um átomo.


Quatro cientistas tiveram que trabalhar 18 horas por dia durante duas semanas para completar a animação, que tem 242 quadros.
Para se ter uma ideia do tamanho do filme, mil quadros dele colocados lado a lado teriam a espessura de um fio de cabelo humano.

Agulha

Os átomos foram movimentados usando um microscópio especial.
O instrumento funciona com uma agulha muito fina e com carga elétrica que, ao ser passada sobre uma superfície, "salta o intervalo” entre um átomo e outro, criando um efeito físico conhecido como "tunelamento quântico”.
Os 242 quadros do filme são, essencialmente, mapas dessas "correntes de tunelamento”.
"A ponta da agulha é tanto os nossos olhos como as nossas mãos: ela percebe os átomos para fazer imagens de onde esses átomos estão, e então é movida mais próxima aos átomos para guiá-los sobre a superfície para novas posições”, explica Andreas Heinrich, pesquisador-chefe do Centro de Pesquisas da IBM, na Califórnia.
"Os átomos se mantêm em suas posições porque formam ligações com os átomos de cobre abaixo da superfície, e isso nos permite fazer uma imagem de todo o conjunto de átomos em cada quadro do filme”.
"Entre cada quadro, nós movemos cuidadosamente os átomos para suas novas posições e fazemos outra imagem”, indica.
Heinrich diz que o objetivo do filme foi incentivar novas gerações a se interessar por tecnologia e pelas ciências.
"Isto (o vídeo) não é de fato um avanço científico. O filme é na verdade um estímulo para que as crianças e demais pessoas discutam e se empolguem com assuntos como matemática, ciência e tecnologia”, conclui.
O filme evidencia a crescente capacidade de cientistas de manipular a matéria no nível atômico, algo que cientistas esperam usar no futuro para criar novas soluções para armazenamento de dados.
No ano passado, cientistas da IBM demonstraram a possibilidade de guardar um bit – unidade digital de informação – usando apenas 12 átomos.

Fonte: Com átomos, cientistas criam menor filme do mundo - BBC Brasil - Vídeos e Fotos Em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2013/05/130501_filme_atomos_ibm_jp.shtml?bw=nb&mp=wm&bbcws=1&news=1

Relatório diz que Apple e Yahoo! pouco fazem pela privacidade dos usuários

Companhias ficaram atrás até mesmo do Facebook
01 de Maio de 2013 | 15:00h

Reprodução
Sad Apple
Apple, Yahoo! e AT&T são algumas das empresas de tecnologia que menos protegem a privacidade dos usuários, informa relatório publicado pela Eletronic Frontier Foundation (EFF).

As três companhias ficam atrás de Google, Microsoft e até mesmo Facebook, constantemente criticado pelo uso que faz dos dados de seu bilhão de usuários. As piores empresas da lista são MySpace e Verizon. Já o Twitter e o Sonic são duas das companhias que mais brigam pela proteção de informações dos internautas.

O relatório considera cinco questões: exigência de mandato judicial para liberar dados dos usuários; repasse das solicitações do governo aos usuários; publicação de relatórios de transparência, publicação de diretrizes para aplicação das leis; luta pela privacidade na Corte e no Congresso.

De acordo com o documento, apenas o último item é cumprido por Apple, AT&T e Yahoo!. O Facebook ao menos exige os mandatos judiciais e publica suas diretrizes para aplicação de leis. O relatório completo e as fontes utilizadas para a elaboração do documento pode ser conferidos nesse link, em inglês.

Fonte: 
Olhar Digital: Relatório diz que Apple e Yahoo! pouco fazem pela privacidade dos usuários Em: http://olhardigital.uol.com.br/negocios/digital_news/noticias/apple-e-uma-das-que-menos-luta-pela-privacidade-do-usuario,-diz-eff-  

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